O único requisito para se tornar membro de A.A. é o desejo único de parar de beber. A humildade de se admitir e aceitar ingressar num grupo de A.A. já é o primeiro e fundamental passo para a recuperação. Esperamos que a partir dos relatos, foruns e depoimentos aqui deixados consigamos ajudar e dar forças a companheiros e a informar os interessados nesse problema social que é a doença do alcoolismo
SEJAM BEM VINDOS
Muito obrigado pela visita ao site - enviem seus comentários ou duvidas - indique para um amigo sem fazer nenhum alarde sabemos que conhece alguém que precisa muito de ajuda .
"Todo recém chegado esta convicto que AA é o único porto seguro para o navio quase naufragado que ele representa".
"Todo recém chegado esta convicto que AA é o único porto seguro para o navio quase naufragado que ele representa".
quinta-feira, 31 de maio de 2018
REFLETINDO SOBRE NOSSO PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO
PRIMEIRO PASSO
"Admitimos que éramos impotentes perante o álcool – que tínhamos perdido o domínio sobre nossas vidas."
Já
em seu inicio nosso programa nos mostra que é necessário ir contrário ao que
queremos, pois ninguém quer admitir que está física e mentalmente diferente das
outras pessoas. Porém Admitir a derrota é necessário para se chegar á vitória
no processo de recuperação. E essa admissão não deve ser apenas da boca pra
fora, floreando diante de outra pessoa ou de um grupo de pessoas. A admissão
deve ocorrer no âmago da existência do ser:
“O
primeiro passo consiste na admissão do mais íntimo do ser que está permanentemente
vencido pelo álcool e não abrigar a ideia de um dia poder beber controladamente”.
Vemos
acima que a admissão envolve não só a impotência e a condição permanente, mas
como também inúmeras outras consequências da nossa devastadora debilidade.
Assim sendo é preciso que o alcoólico não mantenha nenhuma reserva, aceite
possuir todas as características da doença. E cabe ao grupo informa-los como
nos é feito principalmente através dos capítulos dois e três do nosso texto
básico, fazendo valer assim a expressão contido no texto do passo um no livro
“Os Doze Passos”: “Um alcoólico transmitindo a outro a natureza exata de sua
enfermidade, e esse outro jamais será o mesmo...”
A
negação é uma das mais fortes características da doença, e é graças a ela infelizmente
que na maioria dos casos a morte prematura antecede essa admissão. Inúmeros são
os que morreram devido ao problema com o álcool, mais admitindo não ter
problema e ainda projetando no outro tal problema ou tendo a tão conhecida
“Falsa imagem” da condição do do verdadeiro alcóolico.
O
orgulho que impede a pessoa de aceitar a ajuda de um grupo também é um
obstáculo enorme. O alcoólico não aceita participar de um grupo que busca a
recuperação e permanece dessa forma enganado pelo orgulho a participar de seu
grupo, onde juntos seguem a letargia, e
a ilusão do contrário, que é o
alcoolismo;
É
preciso que o portador do alcoolismo entenda que a doença multifatorial que é,
não é caracterizada apenas pelo ato de beber descontroladamente e mesmo quando
não se quer beber. Já é sabido que o ato de beber é apenas um sintoma de uma
doença mais profunda.
Da
mesma forma a recuperação não se dá apenas quando o ato de beber é suspendido,
é preciso ir em busca das causas e consequências, pesquisar e buscar a recuperação
em todas as áreas que a doença afeta ou se origina.
O que vocês acham?
NINGUÉM É ALCOÓLATRA PORQUE QUER
ALCOÓLICOS ANÔNIMOS E A COMUNIDADE PROFISSIONAL
Ninguém é Alcoólatra Porque Quer
Eduardo Mascarenhas*: Médico Psicanalista no Rio de Janeiro
Alcoolismo não é um vício, é uma doença. É preciso que a gente perceba essa sutil diferença, porque ela acaba criando as maiores confusões.
Vício é uma palavra que traz em si uma série de significações negativas, depreciativas e completamente injustas com pessoas que tiveram a infelicidade de sofrer a doença. Poderia ser diabetes, hipertensão, reumatismo, só que é alcoolismo. Se o vício, por um lado, recebe um aspecto correto do alcoolismo, que é a compulsão irresistível de beber, por outro estigmatiza o alcoólico como um fraco de caráter. Ora, convenhamos, não é nada disso. Ninguém se torna alcoólico porque quer, torna-se alcoólico simplesmente porque apesar de todos os mais sinceros e comoventes esforços, não consegue deixar de beber.
Poder-se-ia argumentar, então, por que começou a beber? Ora, quem aos 15 anos não começa a tomar seus chopinhos depois da praia, seu cuba-libre nas festinhas, sua caipirinha de vodka ou cachaça, seus vinhozinhos no natal? Se tiver mais grana, quem não tomará seu champanhe na passagem do ano? Seu uísque no baile? Quem iria adivinhar que, anos depois, se tornaria um alcoólico? Deixemos, pois, de ser hipócritas e de sair pichando, estigmatizando os outros por suas dificuldades.
Se o alcoólico bebe, não é por falta de vergonha na cara. Bebe descontroladamente porque possui uma doença que pode acometer qualquer um: o alcoolismo.
Alíás, falta de vergonha na cara, é sair por aí encontrando explicações fáceis e cômodas para problemas difíceis e incômodos. Você que está lendo esta coluna e eu que a estou escrevendo, que, moderadamente, entornamos socialmente nossas gostosas doses em ocasiões sociais, podemos, perfeitamente, sem percebermos, nos tornar amanhã escravos do álcool. Podemos perfeitamente padecer desta doença – o alcoolismo – e simplesmente não sabemos.
Se 87% de nós jamais beberão descontroladamente, 13% o farão. Tudo muito lotérico. É mais fácil se tornar alcoólico do que acertar no bicho. É infinitamente mais fácil do que acertar na quina da loto. Portanto, mais delicadeza no nosso julgamento não fará mal a ninguém. Inclusive a nós mesmos, pois quem com julgamentos apressados fere com julgamentos apressados poderá ser ferido.
Vício é uma palavra que traz em si uma série de significações negativas, depreciativas e completamente injustas com pessoas que tiveram a infelicidade de sofrer a doença. Poderia ser diabetes, hipertensão, reumatismo, só que é alcoolismo. Se o vício, por um lado, recebe um aspecto correto do alcoolismo, que é a compulsão irresistível de beber, por outro estigmatiza o alcoólico como um fraco de caráter. Ora, convenhamos, não é nada disso. Ninguém se torna alcoólico porque quer, torna-se alcoólico simplesmente porque apesar de todos os mais sinceros e comoventes esforços, não consegue deixar de beber.
Poder-se-ia argumentar, então, por que começou a beber? Ora, quem aos 15 anos não começa a tomar seus chopinhos depois da praia, seu cuba-libre nas festinhas, sua caipirinha de vodka ou cachaça, seus vinhozinhos no natal? Se tiver mais grana, quem não tomará seu champanhe na passagem do ano? Seu uísque no baile? Quem iria adivinhar que, anos depois, se tornaria um alcoólico? Deixemos, pois, de ser hipócritas e de sair pichando, estigmatizando os outros por suas dificuldades.
Se o alcoólico bebe, não é por falta de vergonha na cara. Bebe descontroladamente porque possui uma doença que pode acometer qualquer um: o alcoolismo.
Alíás, falta de vergonha na cara, é sair por aí encontrando explicações fáceis e cômodas para problemas difíceis e incômodos. Você que está lendo esta coluna e eu que a estou escrevendo, que, moderadamente, entornamos socialmente nossas gostosas doses em ocasiões sociais, podemos, perfeitamente, sem percebermos, nos tornar amanhã escravos do álcool. Podemos perfeitamente padecer desta doença – o alcoolismo – e simplesmente não sabemos.
Se 87% de nós jamais beberão descontroladamente, 13% o farão. Tudo muito lotérico. É mais fácil se tornar alcoólico do que acertar no bicho. É infinitamente mais fácil do que acertar na quina da loto. Portanto, mais delicadeza no nosso julgamento não fará mal a ninguém. Inclusive a nós mesmos, pois quem com julgamentos apressados fere com julgamentos apressados poderá ser ferido.
FONTE: Revista Vivência de Alcoólicos Anônimos nº 15, janeiro/março de 1991.
• Amigo de A.A. falecido em abril de 1997.
• Amigo de A.A. falecido em abril de 1997.
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